Publicado em

Apaixonado por decoração, engenheiro tem antiquário com peças de 1920

Foi garimpando aqui e ali, e depois de ver o depósito lotado com peças antigas dentro de casa, que o engenheiro Joilson Victório, de 61 anos, abriu as portas de um antiquário. A loja leva o nome do dono e fica na Rua Calarge, cheia de relíquias e peças que ganham status de sofisticação com o passar dos anos.

O local funciona desde 2005, com peças do ano de 1920 até meados de 1950, e valores que podem chegar a R$ 20 mil.

Com materiais em prata, mármore, bronze, cristal, madeira e estanho, tem estilo para todos os gostos. Tudo chama atenção pela conservação. Objetos que já sofreram desgaste, não perdem a beleza e originalidade, garante o proprietário.

“Em cômodas de madeira, por exemplo, faço a restauração para que a madeira ganhe o brilho novamente. Gavetas são higienizadas, para que outras pessoas possam usar. Mas nada é pintado ou recebe novas peças, o que temos aqui são peças antigas e não réplicas”, diz.

A maioria dos móveis e objetos é comprada em São Paulo e Rio de Janeiro. Joilson viaja duas vezes por ano para compor o estoque, a dificuldade é atender aos pedidos com peças semelhantes, já que os objetos antigos estão cada vez mais escassos. “Até em São Paulo já está difícil comprar, tenho ido muito ao Rio, que ainda tem muita coisa antiga”, revela.

A peça mais barata custa R$ 200,00 e é uma taça de cristal. Todo o mobiliário segue o estilo francês e inglês. “Alguns são ricos em detalhes e são móveis mais robustos,  já os ingleses, são mais discretos e sem muitos detalhes na peça”, lembra.

Uma mesa redonda, por exemplo, com pé único, custa em média R$ 6 mil, com quatro cadeiras.

Uma cômoda lavatório, que compõe jogo de quarto, da década de 1930, custa R$ 8 mil, feita com madeira e mármore. “Geralmente as pessoas colocavam um gomil, aquela jarra para se lavar. É uma peça antiga e sofisticada para a época”, diz.

Os destaques são para os lustres que estão por toda parte, são de vários tamanhos e custam a partir de R$ 1,8 mil cada.

Joilson não nega as dificuldades para vender, diante de uma arquitetura moderna cada vez mais comum, mas acredita que o clássico tem a vantagem de nunca estar fora de moda. “Quem gosta do clássico, sabe que ele é atemporal e toda peça clássica pode se encaixar em um decoração contemporânea. O que é bacana é que seja um lustre ou uma poltrona, a peça consegue dar um tom de sofisticação e ao mesmo tempo deixar o lugar menos impessoal”, comenta.

Apaixonado por objetos antigos, o engenheiro destaca a preocupação com o desaparecimento das peças. “Aos poucos, elas vão se perdendo, as vezes às pessoas tem algum móvel que está com a madeira ressecada ou um puxador estragado, e elas acabam pintando ou fazendo uma reforma que perde a originalidade da peça. Por isso, a dica é procurar em uma feirinha ou entrar em contato com um restaurador para que essas raridades não desapareçam”, sugere Joilson.

Fonte: Campo Grande News

Publicado em

Com apoio da UFSJ, estanho são-joanense recebe Indicação de Procedência

Certificação tem valor internacional; produtores comemoramCertificação tem valor internacional; produtores comemoram
Num processo que levou quase cinco anos, os produtores ligados à Associação dos Artesãos de Peças em Estanho de São João del-Rei (AAPE) passam, agora, a contar com o selo de Indicação de Procedência da cidade em suas peças.
De acordo com o técnico-administrativo da UFSJ, Antonio Henrique Polastri Rodrigues, membro da Comissão de Propriedade Intelectual e responsável pelo projeto de extensão que resultou na aprovação do pedido junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a Indicação é um passo muito importante para os produtores locais. “Esta é dada a uma determinada região ou município e reconhecida pelos consumidores pela qualidade de determinado produto regional. Funciona como proteção da origem do produto”, explica. Polastri acrescenta que a Indicação tem reconhecimento mundial. “ Depois de tal registro, as peças são-joanenses em estanho terão a mesma proteção jurídica que um vinho do Porto ou um champagne da França”, complementa.

Processo
Todo processo teve início em 2006, como resultado de um trabalho de pesquisadores ligados ao Laboratório de Pesquisa e Intervenção Psicossocial da UFSJ sobre a produção artesanal mineira, com enfoque na fabricação local em estanho. A partir dos resultados obtidos, foi sugerido pela Comissão de Propriedade Intelectual da UFSJ o desenvolvimento de um projeto de extensão, coordenado por Polastri, com objetivo de conseguir o reconhecimento da cidade como Indicação de Procedência. Em setembro de 2010, foi depositado o pedido de registro no INPI, o qual recebeu aprovação no último dia 16.
Os associados da AAPE criaram uma regulamentação onde estão elencadas todas as características que o processo de produção das peças deve ter para receber o selo de Indicação de Procedência “São João del-Rei”. O controle de qualidade será feito pelos associados e representantes de entidades são-joanenses que apoiam a produção artesanal na cidade.
A logomarca para identificação foi elaborada pelo técnico do Núcleo de Tecnologia de Informação da UFSJ, Márcio Lombardi, que se inspirou no sino, o símbolo tradicional de São João del-Rei, e na taça, peça significativa do artesanato em estanho.

“Uma benção”
São João del-Rei é o principal município produtor de peças artesanais em estanho no país. A produção começou nos anos 60, quando mudou-se para a cidade o antiquário inglês Jonh Sommers. Observando os altares das igrejas barrocas e a mão de obra local, Sommers percebeu que era possível se produzir estanho de qualidade, nos moldes do século dezoito, porém com a tecnologia moderna. O sucesso foi imediato e a idéia de Jonh Sommers encontrou seguidores na cidade. “Muitos dos ex-funcionários da empresa saíram de seus postos de trabalho e abriram suas próprias oficinas”, esclarece Antônio Henrique.
Um dos membros mais ativos da AAPE, Antônio Batista da Silva, trabalha com a fabricação de peças artesanais há mais de 20 anos. Segundo ele, a vinda de John Sommers para São João del-Rei foi “um marco, uma benção” e a obtenção da Indicação de Procedência mais ainda. “Agora, temos garantia total da qualidade da peça produzida”, anima-se.
O analista de produção Luiz Cláudio Gomes, que trabalha numa empresa são-joanense, calcula como média mensal entre todas as fábricas da cidade, a produção de 1200 peças. Entretanto, Luiz Cláudio explica que nem todas são comercializadas no mês de produção: “A venda das peças em estanho é muito sazonal: num mês vende-se muito, em outro, menos. Por isso, criamos o hábito de termos sempre uma margem de estoque”, conclui.

Fonte: São João Transparente

Publicado em

Estanho de São João ganha selo de qualidade

As peças de estanho produzidas em São João del-Rei terão selo de legitimidade e qualidade atestado pelo Instituto Nacional Propriedade Industrial (INPI) a partir de 2012. A marca significa reconhecimento de tradição e importância produtiva por localidades, conferida a apenas outras 15 regionais no Brasil, incluindo três mineiras: Cerrado e Serra da Mantiqueira para café e Serro para Queijo Minas artesanal. Com isso, quem adquirir utensílios são-joanenses moldados em estanho levará para casa mais do que um item decorativo ou funcional. Como valor simbólico também estará latente uma atividade característica do século XVIII e retomada na cidade há 50 anos pelo inglês John Somers, transformando São João em referência no assunto e polo para consumidores do material.
A expectativa, segundo a Comissão de Propriedade Intelectual em São João del-Rei, é de crescimento econômico no setor através de influências nas áreas turística e comercial. Os resultados ainda não têm números previstos, mas os selos já foram confeccionados e serão aplicados após vistoria da produção estocada atualmente te trabalho de conscientização junto aos membros da Associação dos Artesãos de Peças em Estanho de São João del-Rei (AAPE). “Não se trata apenas de olocar um adesivo nos materiais em estanho. A partir de agora será preciso seguir um regulamento técnico específico, desenvolver punções para carimbar as peças e trabalhar em embalagens também”, lembrou o técnico administrativo da UFSJ e membro da Comissão de Propriedade Intelectual, Antônio Henrique Polastri Rodrigues. “Com tudo isso, comprar peças de estanho com selo de procedência são-joanense dará o reconhecimento que se tem, por exemplo, quando se compra champagne legítimo. A obra são-joanense ficará protegida”, comentou.
A logomarca de identificação dos produtos remete aos sinos tradicionais de São João del-Rei e, ao mesmo tempo, a uma taça, peça significativa do artesanato em estanho.
A ideia agora, segundo Rodrigues, é conferir um selo aos biscoitos produzidos em São Tiago. O pedido de reconhecimento pelo lNPI já foi enviado.

Processo
O selo do Instituto Nacional de Propriedade Industrial é resultado de processo iniciado
ainda em 2006 como projeto de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei(UFSJ). Com bases na Comissão de Pro propriedade Intelectual firmada na instituição, a documentação solicitando a Indicação de Procedência teve resposta definitiva na quarta- feira, 16, mesma data em que os vinhos dos Vales da Uva Goethe (SC) também foram reconhecidos como futuros portadores do selo de reconhecimento. Segundo Rodrigues, o adesivo nas peças de estanho vão se converter em publicidade para o município, que passará a ser referência de produção para o público em geral. Ao mesmo tempo, o selo
promete valorizar o trabalho realizado por artesãos de qulidade.

Controle de qualidade
Além dos padrões listados na regulamentação da AAPE, a classificação dos produtos como recebedores dos selos dependerá de controle de qualidade feito por um conselho constituído por associados e representantes de entidades são-joanenses ainda a serem definidos.

Fonte: São João Transparente